Plataformas com oferta ilimitada de conteúdo se ampliam e se multiplicam numa progressão geométrica e exponencial enquanto nosso tempo livre para consumo dessas mesmas plataformas continua fixo e estático.

Recentemente assistimos ao surgimento e/ou expansão das TVs a cabo, Netflix, games, conteúdo em realidade virtual, podcasting, redes sociais, além, é claro, da multiplicidade de eventos de toda a natureza.

E tudo isso veio se somar à TV tradicional, revistas, jornais e rádios com que já convivemos há muito tempo.

A questão que deve nos preocupar e ocupar nosso foco de gestão é como encontrar modelos econômicos viáveis nessa acelerada corrida a caminho da abundância de oferta de conteúdo enquanto nossa atenção está cada vez mais escassa com menos tempo disponível e limitados recursos financeiros.

Grande parte de toda a oferta de conteúdo foi sempre subsidiada pela propaganda que agora também busca novas formas de rentabilizar seu investimento. Após uma debandada inicial rumo às opções digitais, muitos anunciantes estão retornando a alguns veículos tradicionais de mídia em busca da atenção perdida e de um ambiente mais confiável e relevante de conteúdo. A pergunta é: como ficará o cenário de investimentos em marketing e comunicação após esse retorno?

No mundo da mídia paga, se antes tínhamos uma torta com quatro pedaços, agora essa mesma torta está dividida em doze partes. E isso é um desafio para todas as empresas que continuam investindo em conteúdo de qualidade. Há uma necessidade cada vez maior de encontrar novas fontes de receita que ajudem a pagar essa conta, mas jamais aceitar a visão simplista de que baixando a qualidade será possível baixar custos e viabilizar a operação.

Nada substitui a qualidade de conteúdo e confiabilidade da fonte. Se perdermos isso, perderemos tudo. Empresas de conteúdo e entretenimento precisam se conscientizar de que nivelar por baixo é o princípio do fim, e que só através da excelência será possível garantir a relevância. Custe o que custar…